A vida que ninguém vê

02/05/2010

Um aprendizado

Filed under: Devaneios,Entrevistas,Karina Ribeiro — Karina Ribeiro @ 16:41
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Por Karina Ribeiro para o blog Me Conta Aí

Aprendiz é sinônimo de oportunidade.

As tarefas são como um cursinho intensivo da realidade.

As salas de reunião significam aprendizado.

Para quem só quer R$ 1 milhão, está no lugar errado.

Essa experiência foi mudança, transformação.

Dorme tarde, acorda cedo, cada tarefa uma emoção.

Ler a carta da família sozinha no quarto.

Força, coragem, foco e determinação.

Trabalha, trabalha, trabalha, volta para o quarto.

Descansa, faz a mala, hoje não tem sala de reunião.

Cada recompensa uma surpresa.

Na volta, encontro os que lutaram com esperteza.

Mas ao demitido, boa sorte meu irmão.

Não fui contratada, mas passei longe da demissão.

Alguma estranheza? Venci os participantes, mas não fui a escolha do patrão.

Enfim, o que ganhei com a aparição? Nem carro, 10 mil por mês ou R$1 milhão.

Ganhei mais. A experiência e uma lição:

Aos individualistas resta à solidão, aos bons líderes, uma nação.

12/12/2008

A foto do medo

Filed under: Entrevistas — Karina Ribeiro @ 18:21
Foto de André Gardemberg

Foto de André Gardenberg

 

“Caminhar é um perigo e respirar é uma façanha nas grandes cidades do mundo ao avesso. Quem não é prisioneiro da necessidade é prisioneiro do medo: uns não dormem por causa da ânsia de ter o que não têm, outros não dormem por causa do pânico de perder o que têm. O mundo ao avesso nos adestra para ver o próximo como uma ameaça e não como uma promessa, nos reduz à solidão e nos consola com drogas químicas e amigos cibernéticos. Estamos condenados a morrer de fome, morrer de medo ou a morrer de tédio, isso se uma bala perdida não vier abreviar nossa existência.”

Esse trecho retirado do livro De Pernas Pro Ar – A Escola do Mundo ao Avesso de Eduardo Galeano mostra que o mundo em que vivemos está, de fato, de pernas pro ar. O público se transformou em massa, que alterou a publicidade, que ampliou as necessidades, que aumentou o consumo. Mas não reduziu a pobreza. Mais do que ser, hoje, importante mesmo é ter. Ter feijão no prato. Ter um carro importado. E lutar contra o medo da violência daqueles que não têm e matam pra ter.

Indignação? Não, ironia. Tomado pela apatia, o homem moderno é incapaz de protestar. Para proteger sua vida, é capaz de se excluir até, mesmo, deixar de viver.  Parece que o medo nos cegou e virou mesmo o mundo ao avesso.

Com um olhar focado nas estruturas que refletem isso, o fotógrafo André Gardenberg faz uma análise da nova estética dos grandes centros. Devido à violência, a sociedade numa tentativa de ser proteger, colocando grades em suas casas, prédios, condomínios, acabou aprisionando-se. O resultado dessa experiência foi à exposição Arquitetura do Medo.

Em entrevista por e-mail, o fotógrafo fala sobre seu trabalho, explica sua visão sobre o medo como mal do mundo moderno e revela que também tem seus medos. O primeiro deles, falar sobre sua idade.

Karina – Quantos anos você tem?

André GardenbergColoca uns quarenta e poucos (risos).

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